terça-feira, 19 de novembro de 2013

Yusuf traz Cat Stevens de volta em histórico show em São Paulo

Yusuf traz Cat Stevens de volta em histórico show em São Paulo
Katy Freitas
Redação TDM, 18/11/2013 - 13h49
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Foto: Katy Freitas/TDM
Yusuf Islam, o músico britânico que ganhou o mundo com suas belas canções na década de 1960 sob o nome artístico de Cat Stevens, se apresentou no Brasil pela primeira vez no último sábado (16). O show no Credicard Hall, em São Paulo, também marcou a estreia de sua turnê “Peace Train Tour”, que contou com uma segunda data no mesmo local e ainda passa pelo Rio de Janeiro, no próximo dia 20.

Simples e orgânico, o ídolo encantou um público que há pouco tempo não tinha esperanças em vê-lo ao vivo, após sua conversão ao islamismo e longa pausa na carreira artística. O cantor e compositor voltou a fazer shows em 2006 e no último fim de semana fez história na capital paulista. Sozinho com apenas seu violão, ele subiu ao palco e tocou uma das favoritas dos fãs, “Moonshadow”, causando uma espécie de choque no público ainda incrédulo que estava a ouvir aquela mesma voz do disco “Teaser and the Firecat”, de 1971.

Com muitos aplausos, Yusuf agradeceu em português - relembrando um pouco do que aprendeu na época em que viveu em exílio no Rio de Janeiro, em 1973. Na sequência, sua banda entrou para “Where Do The Children Play” e “Midday”. O artista se mostrou carismático e conversou um tanto com a plateia e até mesmo respondeu a uma declaração de amor de uma fã. “Minha esposa está aqui! Mas também te amo”, brincou.

Com arranjos levemente modificados, Yusuf e banda apresentaram um medley de “I Love My Dog”, “Here Comes My Baby” e “The First Cut Is The Deepest”, elevando cada vez mais os ânimos dos fãs que se deleitavam com o repertório recheado de hits e com canções de seus trabalhos mais recentes, como “Maybe There’s A World”, em que o próprio músico se interrompeu e confessou ter esquecido a letra: “Vejam só, eu escrevo novas canções e depois não sei cantá-las”, fez graça ao pedir que colocassem a letra em seu monitor. Nesta canção, ele emendou “All You Need Is Love”, dos Beatles - altamente apropriado.

Musicalmente perfeito e muito à vontade, Yusuf Islam trouxe Cat Stevens de volta com seu timbre de voz tão único e jeito peculiar de tocar violão. Imagem que todos ali presentes - público majoritariamente formado por pessoas e casais de 50 e poucos anos mais alguns “jovens de alma antiga” - contemplaram emocionados. Principalmente em momentos como a maravilhosa “The Wind”, em outro momento sozinho, e com canções tão belas quanto “Sad Lisa”, em que Yusuf tocou no teclado. “Oh Very Young” foi certamente de arrepiar e, após ter sido ovacionado de pé, o músico anunciou uma surpresa: uma canção composta especialmente para o Brasil e seu futebol, chamada “O Jogo Bonito”, em que o compositor humildemente afirmou ter utilizado o Google Tradutor para fazê-la. Um belo samba e um carinho épico ao público.

Os maiores sucessos ficaram por último. A balada mais aguardada, “Morning Has Broken” foi também um dos pontos altos da noite, seguida da música tema da turnê e da filosofia de vida de Yusuf Islam, que muito diferente que tantos pensam, não “surtou” ao mudar de nome e religião, e sim abraçou suas crenças na busca de se tornar uma pessoa melhor. Essa foi “Peace Train” que encerrou o set list. Antes do aguardadíssimo bis, lógico. Sob muitos aplausos, o carismático artista voltou ao palco para a emocionante “Father And Son” e a bem conhecida “Wild World”, ambas do álbum “Tea for the Tillerman”, de 1970, que foram muito bem recebidas pela plateia satisfeita deixou a casa de shows no melhor clima “paz e amor” possível.

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