Yusuf traz Cat Stevens de volta em histórico show em São Paulo
Redação TDM, 18/11/2013 - 13h49
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Foto: Katy Freitas/TDM

Simples e orgânico, o ídolo encantou um público que há pouco tempo não tinha esperanças em vê-lo ao vivo, após sua conversão ao islamismo e longa pausa na carreira artística. O cantor e compositor voltou a fazer shows em 2006 e no último fim de semana fez história na capital paulista. Sozinho com apenas seu violão, ele subiu ao palco e tocou uma das favoritas dos fãs, “Moonshadow”, causando uma espécie de choque no público ainda incrédulo que estava a ouvir aquela mesma voz do disco “Teaser and the Firecat”, de 1971.
Com muitos aplausos, Yusuf agradeceu em português - relembrando um pouco do que aprendeu na época em que viveu em exílio no Rio de Janeiro, em 1973. Na sequência, sua banda entrou para “Where Do The Children Play” e “Midday”. O artista se mostrou carismático e conversou um tanto com a plateia e até mesmo respondeu a uma declaração de amor de uma fã. “Minha esposa está aqui! Mas também te amo”, brincou.
Com arranjos levemente modificados, Yusuf e banda apresentaram um medley de “I Love My Dog”, “Here Comes My Baby” e “The First Cut Is The Deepest”, elevando cada vez mais os ânimos dos fãs que se deleitavam com o repertório recheado de hits e com canções de seus trabalhos mais recentes, como “Maybe There’s A World”, em que o próprio músico se interrompeu e confessou ter esquecido a letra: “Vejam só, eu escrevo novas canções e depois não sei cantá-las”, fez graça ao pedir que colocassem a letra em seu monitor. Nesta canção, ele emendou “All You Need Is Love”, dos Beatles - altamente apropriado.
Musicalmente perfeito e muito à vontade, Yusuf Islam trouxe Cat Stevens de volta com seu timbre de voz tão único e jeito peculiar de tocar violão. Imagem que todos ali presentes - público majoritariamente formado por pessoas e casais de 50 e poucos anos mais alguns “jovens de alma antiga” - contemplaram emocionados. Principalmente em momentos como a maravilhosa “The Wind”, em outro momento sozinho, e com canções tão belas quanto “Sad Lisa”, em que Yusuf tocou no teclado. “Oh Very Young” foi certamente de arrepiar e, após ter sido ovacionado de pé, o músico anunciou uma surpresa: uma canção composta especialmente para o Brasil e seu futebol, chamada “O Jogo Bonito”, em que o compositor humildemente afirmou ter utilizado o Google Tradutor para fazê-la. Um belo samba e um carinho épico ao público.
Os maiores sucessos ficaram por último. A balada mais aguardada, “Morning Has Broken” foi também um dos pontos altos da noite, seguida da música tema da turnê e da filosofia de vida de Yusuf Islam, que muito diferente que tantos pensam, não “surtou” ao mudar de nome e religião, e sim abraçou suas crenças na busca de se tornar uma pessoa melhor. Essa foi “Peace Train” que encerrou o set list. Antes do aguardadíssimo bis, lógico. Sob muitos aplausos, o carismático artista voltou ao palco para a emocionante “Father And Son” e a bem conhecida “Wild World”, ambas do álbum “Tea for the Tillerman”, de 1970, que foram muito bem recebidas pela plateia satisfeita deixou a casa de shows no melhor clima “paz e amor” possível.
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